Aos 69 anos, o norte-americano Robert Prevost foi eleito hoje como novo papa, tornando-se o primeiro pontífice dos Estados Unidos e também o primeiro vindo de um país de maioria protestante. Nascido em Chicago, Prevost construiu sua trajetória religiosa majoritariamente na América Latina, com destaque para sua atuação no Peru.

Foi no país sul-americano que Prevost ganhou visibilidade dentro da Igreja, o que o levou a ocupar posições de destaque no Vaticano. Antes da eleição, ele era prefeito do Dicastério para os Bispos — responsável pela escolha de novos bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

De perfil discreto e conhecido por evitar os holofotes, Prevost é considerado um nome alinhado às reformas promovidas por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é reconhecido por seu conhecimento aprofundado em direito canônico, que regula as normas da Igreja.

Aos 22 anos, ingressou na vida religiosa e, após concluir os estudos teológicos em Chicago, foi enviado a Roma, onde cursou direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino. Ordenado padre em 1982, iniciou dois anos depois sua missão no Peru, atuando nas cidades de Piura e Trujillo por uma década. Durante o governo autoritário de Alberto Fujimori, chegou a cobrar retratações públicas pelas violações cometidas.

Prevost é membro da Ordem de Santo Agostinho (OSA), uma das mais antigas da Igreja, com forte presença missionária na América Latina e na África. Sua formação agostiniana reforça seu perfil de serviço pastoral e aproximação com as comunidades locais.

Fluente em espanhol, inglês e italiano, ele é conhecido por sua capacidade de diálogo intercultural e pelo trato próximo com comunidades carentes, especialmente durante seu período missionário.