O Conselho de Sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri condenou, nesta segunda-feira (17), o réu Franklin José Quijada Rodriguez, membro da facção criminosa transnacional “Tren de Aragua”, a uma pena de 25 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela prática dos crimes de homicídio qualificado e integração de organização criminosa. A acusação foi sustentada em Plenário pela Promotora de Justiça, Jeanne Sampaio.

O crime ocorreu em maio de 2021, no bairro São Vicente. O réu foi denunciado por ter encomendado a morte de Miguel Angel Alviarez Bompart, executado por outro integrante da facção, alvejado com disparos de arma de fogo dentro de sua casa, motivado por disputa de território para o tráfico de drogas. Conforme as investigações da Delegacia Geral de Homicídios, Franklin tem diversas passagens pela polícia e é considerado um dos chefes, em Boa Vista, da facção criminosa de origem venezuelana “Tren de Aragua”. Nas redes sociais, ele aparecia exibindo armas de fogo ao lado de outros integrantes da facção que atuam na capital, especialmente na região da Rodoviária Internacional e adjacências.

Durante o julgamento, o acusado confessou ter utilizado identidade falsa e revelou seu nome verdadeiro: Kevin Antonio Reinales Bastardo, nascido em 8 de abril de 1997, em Puerto La Cruz, na Venezuela.

A Promotora de Justiça, Jeanne Sampaio, destacou que o veredito dos jurados representa a resposta firme da sociedade de que esse tipo de conduta não é tolerável em Roraima e receberá a reprimenda correspondente ao mal praticado.

“A condenação reitera o compromisso da sociedade roraimense com a aplicação da Justiça e reafirma a necessidade de se olhar com mais atenção e firmeza para o trabalho que precisa ser feito a fim de garantir a almejada segurança pública para todos os cidadãos, com o fortalecimento das instituições de combate a esse tipo de crime e também das instituições ligadas ao sistema de Justiça”, concluiu a promotora.

De acordo com as autoridades, o “Tren de Aragua”, possui operações em diversos países, atua de forma estruturada hierarquicamente, eficiente e descentralizada, com vários subgrupos especializados com funções visando o fortalecimento da facção, e viu na crise migratória venezuelana uma oportunidade para ampliar sua expansão internacional, estando ligado a vários homicídios e tentativas de homicídio que tem ocorrido no Estado de Roraima.