Com o tema “Nosso Corpo, Nosso Território: Somos as Guardiãs do Planeta pela Cura da Terra”, a IV Marcha das Mulheres Indígenas teve sua abertura oficial na tarde deste domingo (4) em Brasília, reunindo representantes de todos os biomas do país. Ao longo dos próximos dias, o evento será palco de debates, rituais, mobilizações e trocas de experiências entre lideranças femininas indígenas de diferentes etnias e regiões.
A delegação de Roraima, composta por cerca de cinquenta mulheres indígenas, marca presença com força e representatividade. A Tuxaua Geral das Mulheres Indígenas do estado, Kelliane Wapichana, destaca o propósito da mobilização. “Estamos aqui com a delegação de Roraima, com mais de cinquenta mulheres de diversos povos. Viemos fortalecer a luta nacional das mulheres indígenas. Cada mulher tem suas histórias de luta, e estamos aqui juntas para lutar por respeito e dignidade a todas as mulheres”, afirmou.
A IV Marcha também será palco de um marco inédito: a realização da I Conferência Nacional de Mulheres Indígenas, que pretende ampliar a escuta e a participação ativa das mulheres na formulação de políticas públicas voltadas às suas realidades. A programação seguirá até o dia 8 de agosto, com atos públicos, plenárias temáticas e articulações com representantes do poder público.
A Marcha tem como objetivo principal ecoar as vozes das mulheres indígenas na defesa de seus territórios, da vida e do planeta. Ao colocarem o corpo como território de resistência, as participantes denunciam as múltiplas formas de violência — ambientais, físicas, culturais e políticas — que atingem suas comunidades, e reafirmam o papel essencial que desempenham na preservação ambiental e na resistência dos povos originários.
A presença expressiva de Roraima neste movimento nacional reforça a força das mulheres indígenas do estado e amplia a visibilidade das suas pautas, que envolvem não só a defesa dos direitos coletivos, mas também o combate à violência de gênero, o acesso à saúde e educação específicas, e o fortalecimento das culturas tradicionais.
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