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Mulheres se destacam na liderança de projetos na agricultura familiar de Boa Vista

O protagonismo feminino na agricultura familiar está em crescimento. Das 1.263 famílias atendidas por meio do PMDA, 436 são lideradas por mulheres

Mulheres se destacam na liderança de projetos na agricultura familiar de Boa Vista
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Contrariando a tradição de uma sociedade patriarcal, as mulheres deixam de ser responsáveis apenas pelas atividades secundárias e assumem a liderança nos serviços do campo. Com mais de R$38 milhões investidos na agricultura familiar, a Prefeitura de Boa Vista celebra o crescimento do protagonismo feminino nessa área com o Dia Internacional das Mulheres, celebrado neste dia 8 de março.

Segundo a revista científica “Núcleo do Conhecimento”, com a colonização do Brasil no século XVI, os habitantes foram ensinados a definir o gênero masculino como liderança. Mas nos dias atuais, as mulheres têm cada vez mais ocupado espaços em todas as áreas. Para a professora municipal Antônia Mourão, de 46 anos, estar à frente do próprio negócio é uma tarefa difícil, mas também gratificante.

“Foi na agricultura que encontrei paz. Desde 2019, vim morar na área rural com a minha família. No começo, o investimento era voltado para a criação de porcos e peixes, mas com o retorno positivo, vi que poderíamos estender as produções para um plantio de vegetais. Defini que queria a minha marca e corri atrás. Com meta e planejamento, tudo dá certo”, contou a agricultora.

VALORIZANDO A AGRICULTURA FAMILIAR – Antônia faz parte do Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA), criado em 2018 e coordenado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI). Com o PMDA, a prefeitura já atendeu 1.263 famílias com mais de três mil hectares de área cultivada. Dentre elas, 436 mulheres são as responsáveis pelas terras.

Reescrevendo a própria história

Quem tem a chance de conhecer a agricultora Mariza Penso, de 56 anos, não imagina que o brilho no olhar ao falar sobre a vida no campo, já foi ofuscado. Vítima de violência doméstica, a paranaense perdeu todos os bens ao se desvincular do agressor. Em uma tentativa de recomeço, Mariza “criou raízes” em um lavrado, com vegetação aberta, localizado na região do Truaru.

“Quando cheguei, tinha apenas uma mangueira com galhos secos que eu molhava todos os dias. Ergui tudo sozinha, contando com o auxílio da prefeitura. Faço parte do PMDA e também procurei a AME BV (Agência Municipal de Empreendedorismo e Fomento). Devido à seca, perdi meu plantio de banana. Fiquei muito triste, mas faz parte do processo. Estou lutando para manter as macaxeiras”, disse, com expectativa.

PROPÓSITO – Hoje, a agricultora vive cercada por árvores e animais. Ela dedica todo o seu tempo para manter e aprimorar a estrutura do lugar. “Estou reformando o meu galinheiro e vai ficar mais bonito ainda. Além do valor financeiro, eu investi todo o meu amor nessa terra. Agricultura é tudo que eu sei e gosto de fazer. Não me vejo longe dessa vida”, contou Dona Mariza.

FONTE/CRÉDITOS: Por Bruna Norales
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