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Celebrando Conquistas: Colação de Grau Histórica para Estudantes Indígenas em Roraima.

Em cerimônia emotiva, com 33 formandos das etnias Macuxi e Wapichana encerram jornada educacional marcada por superação e compromisso.

Celebrando Conquistas: Colação de Grau Histórica para Estudantes Indígenas em Roraima.
FOTOS: Libia López
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Neste sábado,  23, no Teatro Jaber Xaud no Sesc Mecejana, a Facultade Claretiano celebrou a cerimônia da Colação de Grau de estudantes indigenas de Roraima, das etnias macuxi e wapichana concluíram cursos a distância e celebram suas conquistas acadêmicas. Cerca de 33 formandos concluíram com êxito os cursos a distância de Administração, Educação Física, Enfermagem, Nutrição, Pedagogia e Secretariado, oferecidos pelo Claretiano, polo de Boa Vista.

Banda de Percusão GTM. FOTO: Libia López

A cerimônia não apenas celebrou suas realizações acadêmicas, mas também destacou o compromisso do Claretiano com a promoção da educação inclusiva e o respeito à diversidade cultural, motivo de grande orgulho e representa o resultado de um longo processo iniciado. É o que destaca o Prof. Me. Júlio César dos Santos, Coordenador Geral Acadêmico: "É praticamente 15 anos de projeto, já nessa formação de professores, formação nas comunidades indígenas. Isso começou lá em 2014 com as primeiras tratativas, as primeiras turmas já vieram em 2015, onde de lá para cá foram mais de 50 alunos formados nesse projeto."

     

 

O projeto que tornou possível esta conquista teve início em 2015, quando representantes da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIRR) solicitaram ao Claretiano a criação de oportunidades educacionais para os povos originários da região. Em parceria com líderes indígenas, a Divisão de Educação Indígena da Secretaria de Educação de Roraima, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e coordenadores regionais, o Claretiano desenvolveu um programa de bolsas de estudo para indígenas, possibilitando o acesso à educação superior na modalidade EaD.

     

 

Marisete de Souza, do povo Macuxi, coordenadora regional da FUNAI, enfatiza a importância desse avanço para as comunidades indígenas. "É um avanço para as comunidades indígenas, por eles sempre terem lutado pela formação da juventude, formações de liderança. E hoje se concretiza mais um dos espaços, avanços do movimento indígeno, ter jovens formados em várias áreas, que vão poder apoiar, ajudar também, contribuir, ocupar o espaço onde os povos indígenas também precisam", ressalta.

Desde então, o projeto tem sido uma jornada de aprendizado mútuo, buscando conciliar a formação acadêmica com o respeito às tradições e conhecimentos ancestrais dos povos indígenas. A primeira turma, formada em Pedagogia em 2019, foi composta por 16 alunos, marcando um acontecimento inédito no Estado. E agora com esta nova turma, ao longo de quase quatro anos de estudos, esses alunos superaram desafios e consolidaram suas habilidades, culminando na conquista do diploma universitário.

"A gente enfrentou muitos desafios, ainda mais que a gente mora em comunidades distantes. Tivemos dificuldade financeiras e para deslocarnos. Porque a gente não tem transporte e acesso, e também a gente passou pelo período de pandemia, foi muito difícil. Mas hoje a gente está aqui e eu só tenho que agradecer a Deus, porque não foi fácil, mas quando a gente deseja um objetivo, a gente vai até o final", compartilha emocionada Frankelene da Guia de Lima, da etnia Macuxi, formanda em Pedagogia.

O Professor Agenor Pereira da Silva, da disciplina de Língua Portuguesa, destaca a importância da iniciativa do Claretiano em proporcionar oportunidades de formação para os povos indígenas. "A gente percebe que a faculdade, abriu uma oportunidade muito especial para que os povos indígenas tivessem a sua formação, então, muitas das vezes, a gente não tem essa oportunidade igualmente para ter uma formação, e estamos seguindo, agradecemos muito ao Claretiano por dar esse incentivo e também entender a parte cultural e da língua para todos os povos", destaca.

A cerimônia de colação de grau não apenas simboliza o término de uma etapa, mas também o início de novos horizontes para estes graduados, que agora estão preparados para contribuir de forma significativa para suas comunidades e para a sociedade em geral. É um testemunho do poder transformador da educação e da importância de garantir o acesso equitativo ao conhecimento para todos os segmentos da sociedade.

FONTE/CRÉDITOS: Libia López
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