Nesta segunda-feira (8), familiares, amigos, padres, religiosas,religiosos e fiéis se despediram, do Diácono Permanente João Augusto Barbosa Monteiro, falecido no domingo (7), aos 81 anos. As exéquias foram celebradas no Centro Velatório Orsolu, em Boa Vista, seguidas de traslado e sepultamento no Parque Cemitério Campo da Saudade. A cerimônia marcou o adeus a uma figura ímpar e zeloso com a palavra de Deus.
Nascido em Boa Vista em 17 de outubro de 1944, Diácono Augusto dedicou quase 30 anos ao serviço evangelizador, ao longo do tempo atuou no setor administrativo da Diocese de Roraima, foi econômo, diretor financeiro e também a apresentador do programa "Santo de Cada Dia" na Rádio Monte Roraima FM. Sua trajetória, porém, começou muito antes, passando por cargos de alta gestão no Banco da Amazônia (Basa), na Presidência do Banco do Estado de Roraima e em secretarias do Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça.
O Padre Davith Zanioli, que presidiu a celebração exéquias, destacou o legado do diácono. "Diácono Augusto é um grande marco, um grande homem da nossa diocese, do estado de Roraima", disse. "Que ele seja também um exemplo de vida, de doação, de ser missionário, de ser professor, de ser pai. Todas essas funções que ele desenvolvia na vida e na diocese, soube levar sempre a Palavra de Deus no seu caminho".
O religioso enviou uma mensagem de conforto: "Para quem não conseguiu se despedir, ele nos precede no paraíso, estará ali esperando a cada um de nós".
Emocionada, a filha primogênita, Márcia Monteiro Rodrigues, compartilhou memórias afetivas do pai. "Ele passou muito tempo lá na Rádio Monte Roraima, fazendo o 'Santo de Cada Dia'. Essa é uma memória muito significativa", contou. "Mesmo depois de parar de apresentar o programa, ele sempre mandava no grupo da família o 'Santo do Dia'".
Ela lembrou também do missionário que percorreu o estado. "Ele trabalhou em várias frentes. Conheceu o Roraima em cada estrada, cada comunidade. Esteve também aqui na cidade, em todas as comunidades. Ele seguia o que o bispo mandava, ele seguia".
O Bispo Diocesano, Dom Evaristo Spengler, ressaltou a importância histórica e pastoral de Diácono Augusto, lembrando que ele foi o segundo diácono permanente (casado) da Diocese. "Em muitos municípios, desde Pacaraima a Mucajaí, Iracema, Alto Alegre... o diácono foi uma presença muito grande. E foi um grande missionário", afirmou Dom Evaristo.
O bispo fez questão de destacar a dupla contribuição de Augusto: a evangelizadora e a administrativa. "Deixou um grande legado de um homem de uma fé profunda. E mais do que tudo, ele é uma luz na nossa diocese. Em momentos de muita crise também financeira, foi ele que, como uma pessoa conhecedora da área, ajudou a Igreja a encontrar os seus caminhos. Temos uma gratidão muito grande ao diácono Augusto por esse legado que ele deixa".
Em sua mensagem final, Dom Evaristo usou uma metáfora evangélica para falar de esperança: "Nosso sentimento é aquele da semente que é lançada na terra. Se a semente não morrer, não poderá produzir fruto. O diácono Augusto agora deixará os frutos que plantou ao longo da sua vida: a bondade, a sabedoria, a justiça, o amor e a paz".
Família
João Augusto era casado com Elci Marques Monteiro desde 1969. Deixa cinco filhos: Márcia, Marcela, Marlene, Miquéias e Gabriel, além de netos. Sua vida, enraizada em uma das famílias pioneiras do antigo Território do Rio Branco, é celebrada não apenas como uma perda, mas como uma semente que, conforme a fé que ele professava, segue frutificando na história de Roraima.
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