Uma operação integrada da PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da Delegacia de Rorainópolis, em conjunto com o DEINT (Departamento de Inteligência) da SESP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) e a PMRR (Polícia Militar de Roraima), resultou neste sábado, dia 06, no cumprimento do mandado de prisão de A.E., de 32 anos, decretado pela Justiça de Caracaraí.  A prisão está inserida no âmbito da Operação Protetor de Divisas e Fronteiras.

O investigado é suspeito de liderar articulações ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para invasões de propriedades alheias em Caracaraí e responde a inquérito pelos crimes de estelionato, associação criminosa, esbulho possessório, ameaça e porte ilegal de arma de fogo.

A investigação que resultou na prisão teve início há três meses em Caracaraí, conduzida pelo delegado titular Bruno Gabriel. Segundo ele, o investigado e outros envolvidos, utilizavam pessoas humildes para praticarem atos criminosos sem plena consciência da gravidade das condutas, montando acampamentos e invadindo propriedades alheias.

"Eles determinam que essas pessoas esbulhem terras já ocupadas por terceiros, enquanto os líderes lucram financeiramente, prometendo-lhes propriedades que não podem disponibilizar. A bandeira da reforma agrária, que é justa, vem sendo distorcida por esses aproveitadores", explicou Bruno Gabriel.

Diante desses crimes, o delegado representou pela prisão preventiva do acusado, que foi decretada pela Justiça de Caracaraí.

Ação em Rorainópolis

De acordo com o delegado titular de Rorainópolis, Rick da Silva e Silva, as equipes da PCRR em Rorainópolis, do DEINT e da PM monitoravam a presença de A.E., na cidade durante o feriado da Independência, período em que investigações apontavam a possibilidade de ações voltadas a invasões. Contudo, a prisão ocorreu exclusivamente em cumprimento ao mandado de Caracaraí.

"Ele foi abordado e constatado que estava com mandado de prisão decretada. Essa prisão demonstra o quanto a união entre as instituições fortalece o enfrentamento à criminalidade organizada. O trabalho conjunto possibilita maior rapidez na resposta e garante a proteção da ordem pública, especialmente em áreas de vulnerabilidade como o setor rural", afirmou Rick Silva.

Segundo o delegado, o planejamento estratégico da operação possibilitou que o mandado fosse cumprido de forma eficiente, garantindo segurança e prevenindo qualquer conflito:

“Nosso compromisso é agir de forma preventiva e eficaz. A atuação integrada protege o direito à propriedade e transmite confiança à população de que o Estado está presente e atento”, acrescentou.

O investigado foi conduzido à unidade policial, onde teve a prisão formalizada. Durante o interrogatório, A.E. negou qualquer intenção de promover invasão de terras, afirmando que apenas solicitava contribuições voluntárias para a formação de um crédito fundiário do movimento. Segundo ele, o MST não possui líderes, apenas militantes, e atividades como fixar placas ou delimitar terrenos competem ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), não ao movimento.

O investigado será apresentado na Audiência de Custódia nesta segunda-feira, dia 08.