No dia 2 de dezembro, uma aeronave particular vinda de Itaituba (PA) alterou seu plano de voo para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. A mudança levou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a identificar inconsistências e acionar a Polícia Federal. Durante a inspeção, os agentes localizaram 54 barras de ouro, totalizando cerca de 51 quilos, além de munições e uma pistola Glock G25 calibre .380, escondidas na aeronave e com passageiros. O carregamento, embarcado fora de Roraima, é investigado por possível ligação com redes interestaduais de mineração ilegal. Embora as apreensões tenham ocorrido dentro de Roraima, todo o ouro tinha origem em outros estados — um padrão reiterado ao longo do ano.
A ofensiva faz parte de uma série de apreensões realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Federal (PF) ao longo de 2025, no contexto das ações coordenadas pela Casa de Governo para desarticular o garimpo ilegal. Somados, os flagrantes realizados em 2025 resultaram na retirada de aproximadamente 215 quilos de ouro de circulação em Roraima, impactando diretamente a logística da atividade criminosa.
Criada em março de 2024, a Casa de Governo já registrou 249 quilos de ouro apreendidos, equivalentes a R$ 184 milhões, conforme a cotação atual.
Principais apreensões
- 28 de novembro de 2024: 21 kg de ouro apreendidos pela PRF na BR-174, em fiscalização da rota logística Manaus–Boa Vista
- Ao longo de 2024: 11,744 kg de ouro apreendidos pela PF no Aeroporto Internacional de Boa Vista, em diferentes operações envolvendo minério sem comprovação de origem transportado em voos comerciais.
- 4 de agosto de 2025: 103 kg apreendidos pela PRF na BR-401, na maior apreensão da história da corporação no país, baseada em inteligência sobre o fluxo Manaus–Boa Vista
- 10 de outubro de 2025: 11,6 kg apreendidos pela PRF na BR-174, provenientes de barras sem origem comprovada.
- 20 de outubro de 2025: 37,4 kg apreendidos pela PRF em veículo que trafegava pela BR-174
- 22 de outubro de 2025: 10,2 kg apreendidos pela PRF em operação integrada, após reforço de fiscalização decorrente do avanço das ações de desintrusão
Além das grandes apreensões, quantidades menores — às vezes apenas algumas gramas — são encontradas diariamente por agentes federais durante incursões no território, compondo o total de 249 kg.
AVANÇO – Paralelamente às apreensões realizadas fora do território indígena, os indicadores de controle interno na Terra Indígena Yanomami registram avanços consistentes. Houve redução de 98% na abertura de novos garimpos, resultado do sistema de comando e controle implementado desde março de 2024, que viabilizou ações simultâneas e permanentes de fiscalização e presença territorial.
AÇÕES OSTENSIVAS – Além do bloqueio logístico e das apreensões, o Governo do Brasil intensificou o cerco aéreo e terrestre aos invasores, contabilizando 8.459 ações coordenadas desde março de 2024. As operações envolveram fiscalizações terrestres, fluviais e aéreas; inutilização de pistas clandestinas; e apreensão de combustível, motores, geradores, sistemas de comunicação e outros insumos essenciais ao funcionamento do garimpo ilegal.
PREJUÍZO – A firme atuação federal já causou prejuízo estimado em R$ 623 milhões ao garimpo ilegal, incluindo o valor do ouro apreendido e os efeitos diretos do bloqueio à logística criminosa.
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