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Polícia Civil desmantela quadrilha interestadual que roubava garimpos na Amazônia

Dois dos presos serão apresentados à Justiça em Boa Vista nesta quinta-feira, 11.

Polícia Civil desmantela quadrilha interestadual que roubava garimpos na Amazônia
Foto: Ascom/PCRR
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A Polícia Civil de Roraima (PCRR) deflagrou, na madrugada desta quarta-feira (10), a "Operação Ouro de Tolo", que desarticulou uma perigosa quadrilha interestadual especializada em roubos armados a garimpeiros na região Amazônica. A ação cumpriu 30 mandados judiciais – sendo 22 de busca e apreensão e oito de prisão preventiva – em seis estados: Roraima, São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Amapá.

Cinco integrantes do grupo foram presos. O suposto "cabeça" da organização, identificado como A.R.S., de 38 anos, foi capturado no bairro Asa Branca, em Boa Vista. As prisões ocorreram também em Bonfim (RR) e nos estados do Amapá, Maranhão e Pará, em uma ação coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) com apoio das polícias civis locais.

As investigações tiveram início em março de 2024, a partir de uma abordagem de rotina da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-174. Um dos suspeitos, já monitorado, foi preso portando uma arma e teve o celular apreendido. "A análise dos dados, autorizada judicialmente, revelou conversas e estratégias que indicavam a existência de uma rede organizada especializada em roubar ouro extraído ilegalmente" detalhou o Delegado Ricardo Daniel, do 2º DP de Roraima e um dos coordenadores da operação.

O delegado titular da DRACO, Wesley Costa de Oliveira, explica que a partir desse ponto foi possível desvendar um esquema complexo. "Esse trabalho só avançou com rigor analítico, técnica investigativa e decisões judiciais que permitiram aprofundar a coleta de dados", afirmou.

Grupo atuava com estrutura paramilitar e infiltrados

A análise da polícia revelou que a quadrilha operava com alto nível de organização e logística militarizada. Os criminosos utilizavam armas de grosso calibre, fardamento com aparência militar para intimidar as vítimas e contavam com informantes infiltrados dentro dos garimpos. "O grupo atuava com estrutura e planejamento, não como criminosos eventuais. Eles infiltravam informantes, monitoravam o transporte do ouro e escolhiam o momento exato da saída da produção para atacar". Afirma o delegado Ricardo Daniel.

A investigação identificou pelo menos 15 envolvidos diretamente com a organização, que possuía divisão clara de tarefas: desde o planejamento dos roubos até o fornecimento logístico de armas e munições.

Apreensões

Durante as buscas, foram apreendidos diversos celulares, uma caminhonete usada pela quadrilha em Boa Vista e duas armas de fogo no Maranhão – onde um dos alvos conseguiu fugir.

O delegado Wesley Costa de Oliveira acredita que a análise do material apreendido deve ampliar o número de mandados e identificar outros operadores da rede. "Os presos capturados fora de Roraima permanecerão nos estados de origem enquanto avançam os procedimentos legais", detalhou.

Os dois presos em Roraima serão apresentados à Audiência de Custódia nesta quinta-feira (11).

O sucesso da operação, que mobilizou delegacias especializadas e distritos policiais em Roraima, foi atribuído à forte integração entre as polícias civis dos estados envolvidos. "Essa operação só foi possível porque houve integração real entre as Polícias Civis dos estados envolvidos. Agradeço publicamente o apoio das equipes de São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Amapá, que atuaram de forma técnica, simultânea e decisiva" conclui o delegado Wesley Costa de Oliveira, titular da DRACO.

A operação contou com a participação de delegados da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), do Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas (NIPD) e de vários Distritos Policiais de Boa Vista, além das coordenações em Bonfim e Rorainópolis.

Significado do nome "Ouro de Tolo"

O nome da operação, "Ouro de Tolo", faz uma analogia à expressão popular que denota uma riqueza aparente e sem valor real. A polícia destaca que a falsa impressão de lucro fácil com o crime levou os integrantes da quadrilha à prisão, assim como o "ouro de tolo" (pirita) engana pela aparência, mas não tem o valor do ouro verdadeiro.

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