A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio da Delegacia de Mucajaí, realizou na última terça-feira (20), uma reprodução simulada de crime na rodovia RR-325. A ação, que contou com o apoio técnico do Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA), foi solicitada pelo Ministério Público de Roraima (MPRR), por meio da promotoria das comarcas de Mucajaí e Iracema.

A simulação teve como objetivo esclarecer pontos ainda pendentes de um inquérito concluído em 2019, que investigou uma tentativa de homicídio ocorrida no ano anterior. Participaram da ação peritos criminais, agentes do Grupo de Resposta Tática (GRT), policiais civis da Delegacia de Mucajaí, representantes do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-RR) e membros do Ministério Público Estadual.

De acordo com o delegado titular de Mucajaí, Wupslander Trajano, a reprodução buscou esclarecer divergências entre os depoimentos colhidos durante a investigação.

— Estamos apoiando o Instituto de Criminalística nessa diligência, juntamente com o GRT e o DETRAN. A reconstituição foi solicitada pelo Ministério Público para esclarecer pontos conflitantes nos relatos de testemunhas, vítimas e acusados. Mais de 20 pessoas estiveram envolvidas diretamente na ação — informou o delegado.

O perito criminal Rodrigo Kanazawa explicou que o trabalho foi conduzido por três peritos e um auxiliar, com foco na análise da dinâmica dos fatos.

— Nosso objetivo é confrontar os depoimentos com as provas materiais do local, verificando a compatibilidade dos relatos com os eventos. Não se trata de identificar autoria, mas de compreender como tudo aconteceu, reconstruindo a sequência dos fatos de forma precisa — explicou.

O que é a reprodução simulada de crime?

Também conhecida como reconstituição, a reprodução simulada é um procedimento investigativo que visa reconstituir a dinâmica de um crime com base em provas já coletadas e nos depoimentos das partes envolvidas.

Segundo o Código de Processo Penal, essa técnica pode ser solicitada por autoridades policiais, promotores ou juízes, e deve ser conduzida por peritos oficiais. Todo o processo é documentado por fotos e vídeos, que passam a integrar o inquérito policial ou o processo judicial. A reconstituição costuma ocorrer no local do crime e ajuda a esclarecer detalhes como a posição dos envolvidos, distância entre os elementos da cena, obstáculos e sequência dos acontecimentos.