Arthur Elias gostou muito da postura do Brasil na goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai, que classificou as brasileiras antecipadamente à semifinal da Copa América. O gol das paraguaias, nascido de erros das zagueiras Mariza e Isa Haas, não preocupou o treinador brasileiro.
- O gol não me preocupa em nada, um erro de passe, um erro de domínio e um gol de uma jogadora jovem que sabe finalizar muito bem. Essas correções são muito difíceis de fazer. A gente tem qualidade com bola, e houve uma infelicidade no passe da Mariza e no domínio da Isa, mas a gente fez um grande jogo.
Isso foi importante, eu já previa isso, é o que a gente vem cobrando. A gente vai trabalhar para evoluir no próximo jogo, a Colômbia é o adversário que tem jogado em nível internacional mais alto, mas vamos com objetivo de sair classificado em primeiro. Hoje garantimos a classificação, mas o nosso objetivo é conseguir a classificação em primeiro lugar.
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Importância de Marta
- É um privilégio para mim treinar a maior jogadora de todos os tempos, é algo incrível, ainda mais sendo a pessoa que é, não só a atleta. O quanto ela ajuda cada jogadora e cada integrante do nosso grupo aqui. Talvez seja a última Copa da América dela, temos que aproveitar, desfrutar e ajudá-la dentro de campo. Temos uma equipe que mistura jogadoras experientes que já participaram de grandes competições com a maior da história, a Marta, e jogadoras jovens que estão crescendo na competição, como era esperado.
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Arthur Elias chega ao Estádio Chillogallo para Paraguai x Brasil — Foto: Lívia Villas Boas/ CBF
Nível da Colômbia
- A Colômbia tem um trabalho bastante sólido, é uma equipe muito organizada tecnicamente. Suas jogadores do meio para a frente têm destaque internacional, são grandes atletas. Fisicamente, assim como a gente, sofreu um pouco com a adaptação no início. É uma competição muito exigente fisicamente, mas isso é igual para todas as seleções. Acho que vai ser um grande jogo, mas a gente espera não só classificar no primeiro lugar, mas merecer vencer essa seleção tão qualificada.
Previsão de o Brasil fazer o melhor contra o Paraguai cumprida
- Eu achei que a previsão foi confirmada, acredito que fizemos nossa melhor partida na competição, com o time mais conectado, ainda que com alguns erros de passe no início. Mas a gente foi evoluindo, conseguiu colocar o plano de jogo em ação e com algumas adaptações. A gente treinou com Paraguai com a marcação mais compactada, mas elas saíram mais e permitiram o uso do fundo de campo. Demoramos a ter oportunidades mais claras, conseguimos corrigir ao longo do jogo, e eu gostei bastante do desempenho da equipe. Pretendo que a gente siga evoluindo contra um adversário muito forte.
Importância do aquecimento no campo
- Aquecer no campo é muito importante. Para todas as equipes da competição é fundamental e acredito que é o mínimo para que tenhamos as jogadas preparadas.
Rodagem do elenco e variação do sistema
- O nosso objetivo é dar oportunidade para todas as atletas. Se está na Seleção é porque tem muita qualidade, independentemente da idade. Numa competição com a Copa América, é importante usar o elenco e ter variações de sistema, de posicionamentos. De algumas jogadoras jogarem em mais de uma posição, como foi o caso da Duda Sampaio, que começou como uma volante, 5, e depois passou para a camisa 10, mais perto do gol, fez o gol e um grande jogo, assim como o time, que evoluiu.
- Enfrentamos uma equipe que foi muito corajosa, o Paraguai é um adversário difícil nos duelos individuais, a característica sul-americana é bastante diferente do que a seleção brasileira vinha enfrentando. Alguns ajustes que precisamos fazer para ser mais eficiente nós temos feito durante a competição. Estou satisfeito pelo entendimento do grupo, pela dedicação e por a gente ter dado o primeiro passo, que era classificar.
Evolução demonstrada nos amistosos contra França, Japão e Estados Unidos e qual a chave para o crescimento?
- Não sei de toda história, o Brasil já teve seleções com atletas fenomenais e históricas no futebol mundial, referências. O Brasil já teve seleções bastante ofensivas, que se impunham, mas é o trabalho. É o que faço dentro da identidade das atletas e da minha identidade como comissão técnica. É um time que procura ser mais imprevisível para o adversário e também ter recursos. Vejo que temos um futebol que chama atenção pela ofensividade e objetividade pela qualidades das jogadoras brasileiras.
- E também por toda a garra da mulher brasileira, isso é uma característica sul-americana. Fomos muito bem contra seleções top do mundo e estamos nessa prateleira também. Tenho me impressionado também na Copa América com a postura corajosa dos times. O Brasil com certeza vai seguir assim na competição e para frente também.
Kerolin e Marta juntas
- Sobre a Kerolin e a Marta, as duas jogaram como meias, mas também com bastante liberdade de movimentação. A gente tinha um posicionamento em relação à estrutura de jogo do Paraguai, acho que elas conseguiram aproveitar os espaços, tiveram boas conexões. A Kerolin, por um plano de controle de carga, a gente ia tirar no intervalo, e a Duda foi muito bem como a outra camisa 10. Acho que tudo funcionou bem, fiquei bastante satisfeito, elas têm essa característica de poderem armar e decidir jogos. A gente vai manipulando o elenco todo para que elas sejam imprevisíveis para o rival e também para conseguirmos um controle de carga para que cheguem o mais frescas possível, a competição é dura e todo mundo acumula desgaste. Agora temos três jogos muito importantes por fazer.
Copa América
- Acho que é visível a evolução das equipes, a gente via uma disparidade muito grande de algumas seleções em termos físicos, por exemplo. Só de olhar a gente já via que a atleta não tinha a condição ideal de treinamento. A gente vê hoje várias atletas sul-americanas jogando fora em boas ligas, tanto na Europa, Estados Unidos e no próprio Brasil.
- A gente vê esse crescimento tático e no grupo de profissionais, a gente vê as seleções com um grupo de profissionais bem maior do que tinha em outras edições. Que bom que o futebol sul-americano tem esse avanço, o que a gente espera é que seja mais rápido. Eu entendo as dificuldades, mas em termos de paridade e de condições de treinamento, de dar uma estrutura de jogo melhor. A Conmebol tem condição de oferecer isso de forma melhor. O campeonato tem demonstrado o nível, no outro grupo está muito disputada a classificação. Isso demonstra a competitividade da Copa América.
Chance de ser o primeiro treinador campeão da Libertadores e da Copa América
- Não sabia (risos), obrigado por me informar, mas lido com a responsabilidade de levar a Seleção a mais um título e sabendo da dificuldade que vamos encontrar nesses três jogos. Que bom que posso ter mais essa marca na minha carreira e vou buscar.
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