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Rádio Monte Roraima promove 2º Curso de Comunicação "A Missão do Agente da Comunicação”

Curso com Ricardo Alvarenga reforça papel da comunicação católica na transformação social da Amazônia.

Rádio Monte Roraima promove 2º Curso de Comunicação
Foto: Kayla Silva
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Nos dias 5 e 6 de julho, a Diocese de Roraima sedia o curso “A Missão do Agente da Comunicação”, uma formação promovida pela Rádio Monte Roraima FM, voltada a jovens comunicadores, agentes de pastoral, estudantes, jornalistas e integrantes de instituições ligadas à Igreja. A atividade será conduzida pelo professor e doutor Ricardo Alvarenga, autor da Editora Paulus, doutor em Comunicação Social e membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB.

Nesta sexta-feira, 04, ocorrerá uma formação exclusiva aos colaboradores, locutores e participantes da Rádio Monte Roraima fm, que atuam na disseminação de conteúdo para a igreja de Roraima.

Durante entrevista especial à Rádio Monte Roraima FM, Ricardo compartilhou sua trajetória, que une fé, comunicação e compromisso social. Ele relembrou que tudo começou ainda na juventude, quando participava ativamente da vida paroquial em São Luís (MA): “Essa dinâmica de relação entre comunicação e religião começou ainda quando eu era estudante de comunicação. Eu participava de uma paróquia em São Luís do Maranhão e gostava de ajudar com aquilo que eu sabia: escrever textos, fazer artes, comunicar. Criei um blog para a paróquia. E foi aí que tudo começou. A partir disso, fui aprofundando esse interesse, fazendo os trabalhos de graduação, mestrado e doutorado todos voltados para essa interface entre a comunicação e a Igreja.”

Comunicação como missão

Com base em sua experiência acadêmica e pastoral, Ricardo defende que a comunicação católica precisa ir além do simples repasse de informações ou conteúdos devocionais. Para ele, há uma missão mais ampla e urgente: “Muitas vezes achamos que a comunicação da Igreja deve se restringir à transmissão da missa ou à divulgação de um festejo. Mas ela também precisa estar comprometida com o mundo real, com as dores e alegrias das pessoas, com as causas sociais. A comunicação da Igreja tem impacto direto na formação da opinião pública. Então precisamos ter responsabilidade sobre o conteúdo que geramos. É uma comunicação que precisa anunciar o Evangelho, sim, mas também denunciar injustiças, defender os pobres, os marginalizados. Isso é causa do Evangelho. E é também causa da comunicação.”

O que será abordado no curso

Durante os dois dias de formação, os participantes terão acesso a reflexões e oficinas práticas sobre temas como narrativas jornalísticas, produção de conteúdo para redes sociais, ética na comunicação, além de estratégias para engajamento social e alinhamento de discurso institucional.

Na imagem estão a diretora administrativa e programação, Cléo Rocha, o palestrante professor doutor, Ricardo Alvarenga
e o diretor da Rádio Monte Roraima Fm, pe. Luiz Botteon - Foto: Lucas Rosseti

 

“A proposta é fazer com que os agentes da comunicação da Igreja tenham clareza de que seu trabalho precisa estar a serviço da vida e da transformação social. Vamos falar da importância de gerar conteúdos que tenham incidência, que promovam a cidadania, que contribuam para um mundo mais justo. E também vamos discutir como alinhar o discurso das pastorais e das instituições eclesiais, para que todos comuniquem os mesmos valores e princípios. A comunicação da Igreja não pode ser feita de forma solta ou improvisada.”

Entre os conteúdos programáticos estão:

  • Construção de narrativas eficazes para rádio, sites e redes sociais;

  • Estratégias para engajamento sem perder o foco na missão e nos valores cristãos;

  • A importância da apuração jornalística frente à velocidade e efemeridade das redes;

  • A comunicação da Igreja como ferramenta de transformação e conscientização social.

Desafios da comunicação católica hoje

Para Ricardo Alvarenga, um dos principais desafios atuais da comunicação pastoral é a superação da ideia de que só existe uma forma de comunicar dentro da Igreja:

“A comunicação católica precisa coexistir em três frentes: a evangelização, a construção da imagem institucional e a promoção da transformação social. A gente não pode fazer uma em detrimento da outra. Precisamos de equilíbrio. Não é só divulgar o festejo, mas compreender o impacto disso na sociedade. A comunicação precisa gerar reflexão, precisa gerar mudança.”

Ele também alerta sobre os perigos da pressa no compartilhamento de informações nas redes sociais, especialmente em um tempo marcado pela desinformação e pela superficialidade:

“Vivemos um tempo de muita velocidade e efemeridade. E isso afeta diretamente o jornalismo e a comunicação em geral. Muitas vezes queremos ser os primeiros a divulgar uma notícia, mas será que não é melhor esperar um pouco, apurar mais, entender melhor o contexto? O compromisso ético exige essa ponderação. Não podemos perder isso de vista.”

Um curso que também é um encontro

Com experiência em formações por todo o Brasil, especialmente na região Norte, Ricardo destaca que cursos como este são também oportunidades de encontro, escuta e aprendizado mútuo:“Eu sempre venho com o coração aberto para aprender com as experiências locais. Cada comunidade tem algo a ensinar. E na Amazônia, esse aprendizado é ainda mais rico, porque os desafios da comunicação aqui são muito específicos. O Papa Francisco fala da cultura do encontro, e é isso que a gente vem buscar. Que esse curso seja uma troca verdadeira, em que todos nós possamos sair transformados.”

Mensagem aos comunicadores da Amazônia

Ao final da entrevista, Ricardo deixou uma mensagem especial aos comunicadores da região amazônica, que diariamente enfrentam desafios sociais, políticos e culturais no exercício de sua missão:“Vocês estão numa região que exige coragem. Muitos de vocês denunciam injustiças, falam em nome dos marginalizados, das minorias, dos que não têm voz. Isso é nobre, é necessário e é profundamente cristão. Sigam firmes. A comunicação que vocês fazem tem impacto na vida real. Continuem anunciando e denunciando, com esperança e compromisso. Porque comunicar é também transformar.”

FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa - Rádio Monte Roraim Fm
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